Eterna Promessa - Cemitério

A promessa de paz e tranquilidade para aqueles que se foram, um lugar para o descanso eterno, este é o Eterna Promessa – ou o que ele deveria ser. Assim como a maioria das construções públicas localizadas no centro da cidade, o cemitério vem sofrendo com o abandono, no entanto, ao invés de uma mudança ou a inauguração de um novo terreno para os mortos da cidade, a ideia é mover as ossadas para câmaras subterrâneas e reutilizar o espaço obtido.
A notícia foi mais uma recebida com resistência pela população, que acredita que os mortos não deveriam ser incomodados de seu descanso, porém, sem considerar qualquer alternativa novos ossuários começaram a ser construídos e a receber centenas de restos todos os dias. A polemica ficaria ainda maior quando o vazamento realizado por uma repórter apontou que os ossos estavam sendo realocados sem qualquer tipo de documentação ou mesmo cuidado em seu transporte.
Assim que a notícia se tornou pública, muitos dos mais abastados movimentam para que os restos mortais de seus parentes fossem transferidos para cemitérios afastados da cidade, ou mesmo destinados a cremação antes que fossem enviados aos novos ossuários e misturados eternamente em uma pilha de ossos não identificados.
A polemica envolvendo o cemitério auxiliou no esvaziamento pretendido pela prefeitura e o Eterna Promessa permanece operando normalmente, recebendo corpos e realizando enterros todos os dias. Ainda é, e deve permanecer sendo por um longo período o maior cemitério da cidade, renovando a sua reputação de ser assombrado ao mexer com aqueles que deveriam permanecer descansando.
Domínio[editar | editar código-fonte]
A região do cemitério e seus arredores pertencem aos Hecata[1] que existem na cidade. Embora poucos, são respeitados e mantém o seu território com permissão do príncipe em um acordo de boa vizinhança firmado desde o aparecimento dos lavradores de almas. A família de necromantes passou a representar o clã e a intermediar as suas questões com a seita pela manutenção do domínio.
Rumores[editar | editar código-fonte]
Apesar da antiga relação com a principal seita da cidade[2] pela manutenção de seu território, rumores indicam que os Hecata[1] não estariam muito satisfeitos com as exigências realizadas pelo príncipe e estariam dispostos a ouvir o Sabá[3]. Os necromantes[1] insistem que são apenas boatos e cobram provas antes de receberem qualquer questionamento, pois sabem que isso colocaria o acordo pelo domínio em risco.
Pontos de interesse[editar | editar código-fonte]
A Capela das Almas[editar | editar código-fonte]

Localizada no centro do terreno, o pequeno prédio se destaca entre lapides e sepulturas disformes por sua arquitetura renascentista. A capela foi construída poucos anos depois da inauguração do cemitério e por muito tempo foi usada pela população em seus ritos de despedida, embora especule-se que o motivo de sua construção seria para bloquear a entrada das catacumbas.
A expansão do cemitério e a construção de uma nova estrutura mais próxima a entrada fizeram com que a capela caísse em desuso. Aos poucos o prédio foi se misturando a paisagem e sem a manutenção adequada passou a ser confundido com um dos muitos mausoléus que a cercam – o que acabou atraindo outros tipos de visitantes.
A capela passou a ser frequentada por ocultistas, que usavam o local para a realização de rituais e tentativas de contato com os mortos enterrados naquele cemitério. Apesar das constantes invasões realizadas ao prédio, os lavradores de almas não costumam coibir estas ações e observam cada caso a procura de oportunidades onde possam intervir e tirar proveito da situação.
Catacumbas dos Peregrinos[editar | editar código-fonte]

As catacumbas da cidade foram construídas para remanejar as centenas de corpos de peregrinos que faleciam nas viagens para a cidade todos os anos. Enterrados em covas nas zonas rurais e as vezes nas beiras das estradas, estes restos mortais foram recolhidos e levados para um novo destino: as câmaras subterrâneas do cemitério da cidade.
A escolha por construírem estas câmaras e não enterrarem os peregrinos no cemitério ao lado da população da cidade foi devido ao fato da maioria destas pessoas não terem a identidade documentada ao serem enterradas. Apesar da falta de identificação, mantiveram todos os pertences encontrados com estes corpos ao levá-los para as catacumbas.
Anos mais tarde, parte da comunidade religiosa começou a tratar as catacumbas como um ambiente sagrado, e muitas pessoas passaram a serem enterradas no local assim como os peregrinos eram. Em poucas décadas as câmaras se multiplicaram para poder abrigar os novos corpos junto de seus pertences, seguindo a tradição daqueles que viajaram e só chegaram na cidade depois de mortos.
Apesar dos pertences levados para as catacumbas serem considerados sem valor material, ladrões de túmulos passaram a roubar estes objetos para revender. Estes itens eram levados para feiras religiosas da cidade e vendidos como relíquias sagradas por pequenas fortunas, chegando ao ponto de encontrarem ossadas inteiras entre as peças disponíveis.
A administração do cemitério encerrou as atividades das catacumbas ainda no século dezoito, depois de tentar impedir sem sucesso as repetidas invasões. A última entrada para as câmaras subterrâneas foi fechada com a construção da capela das almas, embora rumores apontem que ladrões ainda acessem o local com menor frequência através de túneis para roubar e revender as relíquias encontradas.