Editando Nero Forte (seção)

=== A Guerra Franco-Prussiana ===

==== As incertezas da guerra ====
Acostumada com as mudanças de nacionalidade desde a fundação, a população de Nero Forte parecia estar se habituando com o status de território francês nas últimas décadas. Anexada pouco depois do segundo grande incêndio, a cidade passava por dificuldades para se reerguer e aceitou ser integrada a Alsácia francesa em troca de auxílio.

Embora existisse uma certa influência alemã na cultura do antigo ducado, a anexação ocorreu sem maiores problemas. A cidade seria reconstruída dentro do combinado e a promessa de tempos prósperos criavam expectativas em uma população acostumada com crises nos últimos anos – o que não melhoraria com a mudança de nacionalidade.

As tensões entre a França e a Prússia criariam um clima de incerteza em toda a região, que se tornava o ponto central de uma disputa entre duas potencias. A população de Nero Forte começaria a acreditar nos rumores de que a cidade havia sido amaldiçoada, e muitos deixariam as suas casas e comércios com medo de perderem tudo para a guerra.

Aqueles que permaneceram na cidade, pareciam desacreditados do esforço realizado para reconstruí-la. A luta armada sequer tinha se iniciado, mas causava danos em outras camadas da sociedade. A incerteza neste momento era apenas em relação a data em que a invasão ocorreria e quanto tempo de guerra teriam pela frente.

==== Os meses intermináveis ====
[[Arquivo:Guerras Franco-prussianas.jpg|alt=Ocupação da cidade durante a guerra Franco-Prussiana|miniaturadaimagem|Ocupação da cidade durante a guerra Franco-Prussiana]]
A ocupação realizada pela Prússia ocorreria ainda nas primeiras semanas do conflito. Assim como em outras cidades da Alsácia, as forças armadas francesas pouco conseguiram fazer para defender o seu território. O exército francês passava por problemas de mobilização, e seria expulso com certa facilidade da região.

Enquanto a rendição oficial não ocorria, Nero Forte passou a ser ocupada pelo exército prussiano, que usava a cidade como centro de distribuição de armas e mantimentos. A esperada destruição que viria com a guerra não ocorreu, e parte da população que havia fugido para o interior começou a retornar. A maioria dos moradores pouco se importavam com a guerra, apenas queriam retornar as suas vidas.

Apesar da curta duração da guerra e da não destruição de suas principais estruturas, a população da cidade passou a lidar com problemas relacionados aos oficiais prussianos que ocupavam a região. Relatos de abuso de autoridade cometidos pelos militares passaram a fazer parte da rotina dos moradores. A lista de reclamações continha desde execuções e desaparecimentos a estupros.

Após quase um ano do início da guerra, a França assinou um tratado onde reconhecia os territórios da Alsácia como sendo parte do Império Alemão. A bandeira hasteada na fortificação da cidade indicava a vitória dos alemães e a nova nacionalidade da população local – o que pouco mudaria na sequência de anos ruins encarada por aquele povo.

==== Um território Alemão ====
A nova bandeira não duraria muito mais do que a francesa, mas serviria para dar um fim aos problemas de abuso de poder ocorridos durante a ocupação. A cidade receberia uma equipe de administradores vindos do centro do império, que seriam responsáveis de impor uma identidade alemã e conquistar o apoio da população local.

Festas e feriados alemães passaram a ocupar o calendário de Nero Forte, que era bombardeada por elementos da cultura do império. Neste período a cidade recebeu aportes para construções de faculdades, hospitais e obras de melhorias e infraestrutura em seu entorno. A arquitetura era um reflexo da praticada na capital, e as placas inaugurais deixavam claro a presença do estado na região.

Apesar dos investimentos realizados pelo império, a relação do povo com os políticos alemães não era das melhores. A população cobrava a punição dos militares acusados de abuso, pois muitos destes residiam na cidade e usavam de ameaças para manter as vítimas em silencio – incluindo falsas acusações de espionagem, que se tornaram comuns na época.

Espiões da resistência francesa foram perseguidos pelos militares alemães por pelo menos uma década, resultando na prisão e execução de diversos suspeitos neste período. Assassinatos de políticos e oficiais de alta patente inflamaram esta perseguição, no entanto, a existência da oposição mantida por defensores franceses nunca fora provada.

A situação para a população da cidade só melhoraria na virada do século, quando o império alemão deixaria de forçar a sua presença na região. A ajuda dada pelos franceses e a herança deixada pelos alemães seria muito importante, mas não seria o suficiente para mudar o sentimento de pertencimento do povo de Nero Forte.<blockquote>“A bandeira do império alemão seria retirada e no lugar levantado o estandarte de um Forte em chamas”

RUDOLF KLEIN, HISTORIADOR DE NERO FORTE</blockquote>